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Às vezes é preciso se afastar do papel para ver o desenho inteiro

                Já ouviu a expressão: “Às vezes é preciso se afastar do papel para ver o desenho inteiro"?




Essa frase veio a mim em um momento muito conturbado da minha vida, veio meio que do nada. Lembro que foi quando assistia Dois Coelhos. Em um determinado momento do filme o protagonista diz essa frase que se encaixa bem no contexto do filme. Pra mim não fez diferença nenhuma até que um dia numa conversa comigo mesma (sim eu falo comigo, as vezes ¬¬’) essa frase surgiu e aí, do nada, o céu se abriu e eu pude entender, finalmente, o que aquilo queria dizer.
            Na situação que eu vivia percebi que precisava olhar para ela de fora, como alguém que sabiamente me daria um conselho, era a forma de encontrar a solução para o problema.
Todos nós temos o “dom” de meter o “bedelho” nos assuntos dos outros, resolver mentalmente os problemas de todos que nos procuram e até de quem nem nos conhece. Lembro que uma vez, na fila do banco, havia duas mulheres conversando sobre o problema de uma terceira. Elas diziam o que achavam que ela deveria fazer, que era simples de se resolver, e eu também dei minha contribuição de forma mental, fiz minha boa ação resolvendo aquele problema também. Kkkk
            A questão principal aqui é que todos somos experientes, espertos, sábios, ou qualquer adjetivo que caiba aqui quando o assunto é resolver os problemas dos outros, mas acabamos não sabendo o que fazer com os nossos problemas.  Mas se nossos conselhos são tão bons por que não damos ouvidos a nós mesmos? É aí que a questão de se afastar do desenho ajuda.
Já faz um tempo que resolvi ouvi o que eu tinha pra dizer, passei a assumir que minha melhor amiga sou eu mesma. Pois por mais que digamos confiar 100% em alguém acabamos não sendo 100% sinceros com nossas duvidas, certezas... Isso não se faz por mal, às vezes só não queremos mostrar quem somos de verdades para os outros, às vezes fingimos ser algo que só nós sabemos que de fato NÃO somos.
            Dedicar mais tempo pra nós mesmos não faz mal, e não é egoísmo não querer dividir certas coisas com os outros, só nós sabemos o que passamos.
Afastar-se do desenho ajuda a perceber que nosso problema não é tudo aquilo que achamos que é; afastar-se ajuda ver o todo; afasta-se faz com que paremos de nos atentar a detalhes e passemos a enxergar a beleza da obra e ao ver tudo, com certeza, você vai saber o que fazer com seu problema e encontrará uma solução.   
                Ah! A imagem lá em cima é só pra ilustrar toda essa questão. Essas imagens são de uma exposição. Vistas bem de perto só parecem pedaços de papel colados ao acaso, sem graça e sem sentido. Mas vistos de longe...






Uma Crise existencial - Pré 30

            Um belo dia você acorda e percebe que vários anos se passaram em sua vida e todos os planos e sonhos que você tinha não passaram disso. Sonhos e planos, apenas. Se pergunta em que momento da sua vida tudo parou, ou deu errado, onde foi que você começou a viver assim e deixou de ter vida. Seus amigos estão com a vida estabilizada, e aqueles que não estão ainda estão cada vez mais perto de conseguir algo. Quase 30 anos se passaram e só agora você percebeu como vão e vão sem nenhum controle seu. Isso me descreve hoje.

                    imagem do Google

            Talvez você, que esteja lendo isso, se identifique também com o escrito. Precisamos fazer alguma coisa sobre isso. Precisamos fazer algo JÁ!
            Quando tinha 20 anos, estabeleci que estaria no meu pós doutorado aos 30 anos. Essas qualificações pra mim são importantes. Sempre quis ter um título de Doutora, rs. Mas hoje, no alto de meus 27 nem consegui o mestrado ainda.
Por muitas vezes tive ideias ótimas, mas que do nada já não pareciam tão ótimas assim. Quando mais nova fiz bloges de vários tipos, mas não conseguia colocar pra frente depois de um tempo. Achei que se talvez eu falasse ao invés de escrever as coisas fluíssem mais... doce engano. Mais uma vez achei um pouco chato ficar enfiando meus “achismos” goela abaixo nos outros e parei. Quis fazer intercambio mas a parte financeira me fez ficar receosa em pedir tal coisa aos meus pais.
            Enfim, tantas foram as vontades que tive, os sonhos que almejei, mas deixei tudo passar, fui adiando, deixando pra depois e hoje, exatamente hoje percebi que talvez não tenha um depois. Hoje as coisas não acontecem como eu planejei.
Se eu pudesse encontrar aquela jovenzinha de 20 anos diria umas coisas para ela. Diria que ele precisava focar no que queria, que ela precisava terminar as coisas que começava, acreditar mais em si mesma e botar a cara a tapa.  
“Bora, criança, cautela não combina com você agora, deixe isso pra quando for mais velha. Vai “simbora” agarrar o mundo que é tudo nosso.”
            Mas, como tudo tem um mas, aprendi com a vida que a melhor coisa que nós temos que fazer é admitir que tem algo errado quando há, de fato, algo errado. Admitir a existência do problema é a principal forma de acabar com ele. E nunca é tarde para fazer as coisas darem certo, sempre há tempo. Sempre.  


E se há mais alguém assim por aí também (queria muito que não tivesse, mas sempre tem) passando por essa mesma crise eu gostaria de dizer, você não está só. E o principal, eu sei que se pode fazer a diferença e vencer essa crise, tudo que precisamos fazer é acreditar em nós mesmos.  

Uma Eterna Adolescente

           

             

             Adolescência é uma época bastante complicada de nossas vidas. Por mais que se reclame de toda a chateação que essa época trás (para todos os envolvidos) não se pode negar que é algo necessário. Há aqueles que conseguem ser mais tranquilos, mas também existem aqueles que conseguem fazer valer o termo tão carinhosamente dado de “aborrescente”. Enfim, de qualquer forma estamos aqui e precisamos passar por isso.
            Ao ultrapassarmos essa fase com sucesso (sejamos realistas, alguns não conseguem) estamos na vida adulta, cheia de experiências e não cometendo os mesmo erros de antes – ao menos é o que pensamos.
Muitas vezes a vida adulta nos surpreende e percebemos que estamos enfrentando uma “adolescência” parte 2. Todos os nossos problemas crescem junto conosco, muitas vezes não conseguimos acabar com todos eles.
As “populares” crescem também. Algumas se casam, tornam-se mãe e passam a deixar de ser aquelas pessoas, outras apenas continuam pisando em todo mundo. Não podemos fingir algumas coisas nunca mudam.   
            E nesse sentido, não importa o que aconteça ou quantos anos se tenha, acabamos sempre sendo adolescentes, agindo como adolescentes, mas com um pouco mais de experiência.